Por João Araújo,
Em 2020 um estudo sobre a Demografia Médica do Brasil, elaborado pelo Conselho Federal de Medicina em colaboração com a Universidade de São Paulo, revela que a relação de médico por mil habitantes cresceu significativamente nos últimos anos, passando de 1,41 em 2000 para 2,4 em 2020. Isso significa que nos últimos 20 anos, houve um aumento considerável no número de médicos no país. No entanto, grande parte dos médicos está concentrada em grandes centros urbanos, o que prejudica o atendimento de regiões menos desenvolvidas. O estudo pode ser lido aqui
Números recentes da PNAD de Fevereiro indicam que no Brasil tem uma população desocupada de 9,2 milhões de pessoas, o que representa uma taxa de desocupação de 8,6%. O primeiro trimestre registrou um crescimento de desempregados, embora seja um período naturalmente com muitas dispensas de trabalhadores temporários, essa taxa é preocupante, sobretudo para as regiões menos desenvolvidas, onde a falta de oportunidades é ainda mais acentuada.
Mas o que essas informações têm a ver com o debate sobre Inteligência Artificial? A resposta está na relação entre tecnologia e emprego. A automação e a inteligência artificial são apontadas como ameaças à geração de empregos em diversas áreas, incluindo a saúde e educação. E mesmo que você não seja um aficionado por tecnologia eu aposto que você já usou alguma ferramenta, leu alguma notícia ou já ouviu falar sobre um robô que pode nos ajudar a fazer tarefas cotidianas ou até ações mais complexas.
É nesse cenário que a discussão sobre a Inteligência Artificial ganha ainda mais relevância. A IA promete substituir ou melhorar o trabalho humano em diversas áreas, incluindo a medicina. No entanto, é importante refletir sobre os impactos que essa tecnologia pode ter em uma realidade desigual como a brasileira. Se por um lado a IA pode trazer benefícios, por outro ela pode gerar mais desigualdade, aumentando a exclusão de profissionais já marginalizados.
É preciso pensar além da bolha tecnológica e considerar as implicações da IA para todas as camadas da sociedade, inclusive aquelas que vivem em regiões menos desenvolvidas. Será que a população brasileira está pronta para lidar com um diagnóstico médico realizado por uma ferramenta de inteligência artificial? E como essa tecnologia afetará a já complicada situação do mercado de trabalho? E na promoção de uma educação menos desigual? Durante o período pandêmico pudemos observar uma amostra das consequências das desigualdades digitais.
Estudos recentes indicam que a população brasileira, em geral, confia na IA. Segundo um estudo realizado pelo Instituto Ipsos em 2022, 57% dos brasileiros acreditam que o uso de IA traz mais vantagens do que desvantagens. Além disso, outra pesquisa realizada pela KPMG em colaboração com a Universidade de Queensland (Austrália) identificou que 56% dos brasileiros confiam na IA. No último caso a maioria dos entrevistados possui ensino superior e reside na região sudeste. Os estudos identificam uma importante tendência de confiança, mas é importante lembrar que esses estudos não levam em conta a realidade de toda a população brasileira, sobretudo a mais vulnerável, que pode ser afetada de maneira diferente pelas transformações trazidas pela IA.
É redundante, mas conclusão é de que é cedo para concluir algo, mas que é importante considerar os diversos parâmetros que compõem a nossa sociedade, como distribuição de sexo, faixa etária e escolaridade por região, para compreender a real opinião dos brasileiros em relação à inteligência artificial. Os estudos recentes apontaram que a maioria dos brasileiros confiam na IA e acreditam que ela pode trazer benefícios para a vida cotidiana. No entanto, é necessário aprofundar esses estudos e buscar entender as nuances dessa opinião em diferentes regiões e grupos sociais. Nesse sentido, o instituto PNH em parceria com a StartSe, realizou um estudo que seguiu esses parâmetros exclusivamente com brasileiros, é um passo importante para compreender melhor essa relação entre a população brasileira e a inteligência artificial.
Junior Borneli, Ceo da StartSe, divulgou em primeira mão alguns dados desse estudo no programa Jovem Pan Business na Jovem Pan News. Você pode conferir o programa aqui.
Atenção, esse texto foi escrito por inteligência humana!